Camila Pires
Algumas vezes na vida o caminho some bem na frente de nossos pés.
Algumas vezes fazemos escolhas que, ao menos por um momento, nos fazem pensar como poderia ser diferente.

Eu busquei acreditar nessa diferença. Busquei arriscar meu rosto a tapas que eu sabia que poderia levar, mesmo esperando que não viessem.
Eu busquei balancear todas as coisas. Busquei aceitar o óbvio, sem pensar que era tão óbvio assim.

Eu abstraí certas coisas. Abstraí aquilo que não estava estampado com clareza, mas que também não me dava segurança.
Eu abstraí minhas armas e por vezes, também, abstraí o orgulho que me fazia forte.
Abstraí mágoas e me deixei levar por uma sensação de felicidade incontrolável.

Eu me permiti não quantificar ou qualificar situações. Me permiti fechar os olhos pra idealizar acordada.
Me permiti mergulhar em águas completamente desconhecidas no intuito de acompanhar alguém.
Me permiti ser acompanhada, ser observada e, por vezes, repreendida.

E foi na repreensão que o caminho fez seu rumo. Foram nas oposições que decisões foram tomadas.
Se a trilha é confiável ou não, quem diz é o tempo.
Se a dor valeu a pena em doer, quem diz são as lembranças.
Mas se doer - e que doa -, não demore. Pois dores excessivas escondem meus sorrisos.
Quero sorrir as lembranças. Quero lembrar coisas boas.
Quero guardar histórias para um dia contar a alguem que alguem me fez muito bem.

Às vezes o fim de um caminho não significa o fim de uma caminhada, nem uma perda.
Mudanças são necessárias em todos os rumos de todas as vidas.
Às vezes somos forçados a mudar, às vezes mudamos de dentro pra fora.

Mas na verdade não importa a rotação das vitórias...
Como diria Lispector: Perder-se também é caminho.
Nada além de um vício.
Letras e palavras que se desembaralham,
trazendo versos que, às vezes sem sentido, traduzem exatamente o que se passa aqui dentro.

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