Ultimamente tenho pensado honestamente nos caminhos que devemos seguir ou no destino que nos apregoam. Sinto-me definitivamente conturbada, num turbilhão de labirintos e estradas de ouro que parecem desviar da rota primária ao leve sinal de um sorriso qualquer.

Descontenta-me o descontrole sentimental no qual se baseiam os meus amores. Para ser sincera, em certas horas irritam-se esses "entregues para sempre". Irrita-me a suscetibilidade a qual se dispõem os apaixonados. Irrita-me o "fomos feitos um para o outro" e o "agora é para sempre".

Mas a irritação não se baseia na inveja que os tenho, mas por saber justamente que os sou. Sou tão pra sempre, tão para vida toda e tão para nunca mais... Sou disposta de decisões que são tão não-minhas quanto as são.

Cerco-me de pensamentos que, fora do alcance, me desnorteiam. Cerco-me de mau dizeres e bem saberes capazes de acorrentar-me a alma e enlouquecer o coração. Pois bem digo que sou dona de todos os sentimentos... Mas que ainda assim, não controlo nenhum deles.