Camila Pires
Cansei de fingir...
Cansei de mentir pra mim mesma e cansei de mentir para o resto do mundo.
Eu não vou chegar a lugar nenhum com um sorriso forçado no rosto.
Aquela velha dor, ainda dói. A saudade ainda machuca.
Eu ainda peço a Deus que traga tudo de volta.

De alguma forma eu preciso sentir outra vez aquela felicidade incontrolável.
Eu preciso, de qualquer forma irracional, sentir outra vez que tudo vai dar certo.
Eu preciso me sentir segura num abraço.

Tudo desabou tão de repente, que eu fiquei sem saber onde esconder toda a felicidade que eu tinha.
E depois de todo esse tempo, eu percebi que a escondi em algum lugar,
de um jeito tão bem escondido, que não tenho conseguido encontrar.

Às vezes, tenho a sensação de que não vai chegar o dia em que tudo fará sentido.
E, mesmo tentando, ficarei eternamente com esse não-saber estampado em meu rosto.

Bancar a forte talvez me leve a parecer melhor. Exteriormente, eu digo.
Bancar a forte, interiormente, só me destrói mais a cada dia.

Faz um tempo que meus sorrisos já não são os mesmos...
Por que faz um tempo que eu desaprendi a sorrir os sorrisos de antes.
Peço perdão pelo choro, se isso incomodar.
Mas é a única forma {não-destrutiva} que {não por completo} me alivia.
Camila Pires
Hoje o choro bateu forte. Entalou na garganta... mas saiu.
Saiu porque, apesar dos sorrisos, a dor ainda dói.
Mas pior que a dor, são as lembranças. As boas, no caso.
As ruins a gente esquece. A gente faz questão de esquecer.
Nas más lembranças a gente passa uma borracha, a gente finge que não vê.
Talvez assim nos convençamos de que essa dor vale a pena.
De que dói por uma boa razão. De que dói, porque algo nos fez feliz demais.

É essa felicidade que traz saudade. E é a saudade que machuca.
É a saudade que traz a dor do "não tenho mais".
Não tenho mais beijos, ou abraços, ou carinhos, ou risadas, ou sonhos...

E junto com a saudade, vem a dor da impotência. A dor de não poder reagir.
E essa não-reação traz consigo a sensação de que tudo escapou pelos dedos,
sumiu em um piscar de olhos e foi embora pra nunca mais.

Acredito que com o tempo nos acostumamos com a dor, por mais forte que ela seja.
E ao nos acostumarmos, temos a sensação de que ela vai doendo menos a cada dia.
E ao sentí-la doer menos, esperamos que, mesmo que seja ilusão,
um dia ela aparente ir embora pra sempre!
E pedimos, pelo amor de seja-lá-o-que-for, que isso não demore...

Mas hoje... Pelo menos por hoje... ela ainda dói.
Nada além de um vício.
Letras e palavras que se desembaralham,
trazendo versos que, às vezes sem sentido, traduzem exatamente o que se passa aqui dentro.

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