Camila Pires
Hoje o choro bateu forte. Entalou na garganta... mas saiu.
Saiu porque, apesar dos sorrisos, a dor ainda dói.
Mas pior que a dor, são as lembranças. As boas, no caso.
As ruins a gente esquece. A gente faz questão de esquecer.
Nas más lembranças a gente passa uma borracha, a gente finge que não vê.
Talvez assim nos convençamos de que essa dor vale a pena.
De que dói por uma boa razão. De que dói, porque algo nos fez feliz demais.

É essa felicidade que traz saudade. E é a saudade que machuca.
É a saudade que traz a dor do "não tenho mais".
Não tenho mais beijos, ou abraços, ou carinhos, ou risadas, ou sonhos...

E junto com a saudade, vem a dor da impotência. A dor de não poder reagir.
E essa não-reação traz consigo a sensação de que tudo escapou pelos dedos,
sumiu em um piscar de olhos e foi embora pra nunca mais.

Acredito que com o tempo nos acostumamos com a dor, por mais forte que ela seja.
E ao nos acostumarmos, temos a sensação de que ela vai doendo menos a cada dia.
E ao sentí-la doer menos, esperamos que, mesmo que seja ilusão,
um dia ela aparente ir embora pra sempre!
E pedimos, pelo amor de seja-lá-o-que-for, que isso não demore...

Mas hoje... Pelo menos por hoje... ela ainda dói.
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Nada além de um vício.
Letras e palavras que se desembaralham,
trazendo versos que, às vezes sem sentido, traduzem exatamente o que se passa aqui dentro.

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