Camila Pires
Explicar às pessoas “quem sou eu”, nunca foi algo muito fácil pra mim. Tomo-me por alguém carinhosa e romântica, que muitas vezes olha pro espelho e enjoa da própria cara por essa mania de passar a vida esperando a pessoa certa. Momentaneamente revoltada, escrevo crônicas. Revoltada, por que em meu estado normal, escreveria poemas. Aqueles poemas apaixonados, pensados e repensados, escritos em um dia triste após uma noite de brigas, ou não. Mas quando o amor me irrita, quando eu resolvo que não devo satisfações a ninguém, aí eu percebo que a vida é mais fácil do que a que descrevo em meus poemas. Que o sofrimento depois de um tempo, passa. Que amores, vem, amores vão. E que você continua vivo, mesmo depois de achar que a terra realmente vai engoli-lo pra sempre. Questiono-me se esse drama amoroso pertence só às mulheres. Nos atuais dias a certeza da resposta não é tão grande. Hoje, digo que se homens são todos iguais, mulheres também são. Sempre com as mesmas birras, os mesmos disfarces, as mesmas mentiras, o mesmo egocentrismo rotineiro que “não respeita cor, credo ou claro social”. Sou alguém que gasta muito tempo de seu dia em frente a um computador e que sinceramente não vê isso como, literalmente, perda de tempo. Não me tome por uma “nerd”, que passa o dia inteiro em frente a uma tela fria, vivendo num mundo que não é meu. Nada contra os “nerds” (já dizia Bill Gates que não se deve menosprezá-los, por que um dia trabalharemos para um), mas “nerd” é o último adjetivo que alguém me daria ao me ver pessoalmente. Sou um tanto empolgada demais pra esse modo de vida, se é que me entende. Sou alguém que não pára quieta, que não dorme quieta e que aos fins de semana não sossega até que algo atrativo apareça para que eu possa fazer. Sou caseira, mas nem tanto. Festeira, mas só um pouco. Sou meio limão, meio mel. Nesse sentido mesmo, meio azeda, meio doce. Não me irrito com menstruação, choro. Aliás choro por tudo. Tenha paciência e não olhe feio para mim se não quiser ter que me acalmar segundos depois. Alguns me tiram para louca, por minhas repentinas “caras-de-pau”. Realmente repentinas. Na maioria dos tempos sou tímida. Uma tímida um tanto atirada. Mas ainda sim tímida! Falo bastante (já notaram?) e quando me encaixo num assunto de meu agrado, vixi, haja ouvidos e tempo para que eu termine meu repertório. Alguns dizem que tenho metas a alcançar durante os dias. Por exemplo, dizem que devo me superar a cada dia na quantidade de palavras que falo. Enfim, hoje estou revoltada. Hoje não devo nada a ninguém. Hoje sou a autora de um livro de crônicas que mal saiu do papel, mas que pra mim e para os amigos já é um sucesso. Então se aproveite da minha revolta. Delicie-se na minha independência momentânea. Quem sabe amanhã eu já não esteja voltando aos meus poemas dos dias tristes? "Êta vidinha besta meu Deus"!
0 Responses

Postar um comentário

Nada além de um vício.
Letras e palavras que se desembaralham,
trazendo versos que, às vezes sem sentido, traduzem exatamente o que se passa aqui dentro.

Seguidores

Powered By Blogger
Tecnologia do Blogger.