Camila Pires
Deitada, lembranças me invadem. Em minha mente estão teus olhos, teu olhar que ao mesmo instante me deu uma sensação estranha e me fez sentir algo tão bom.
Faltaram-me palavras para dizer o que senti diante de ti, mas sobraram força e coragem para me entregar.
Durante muito tempo vivi em um mundo cercado de ilusões, o qual só nós dois existíamos, o qual nem tudo foi perfeito.
Hoje, com os pés no chão e o coração na mão, a certeza me diz que amei um ser idealizado. Amei alguém que jamais existiu e, se existiu, jamais me amou igual.
Hoje, é intensa a dor que sinto no peito. Uma dor de quem acordou de um sonho bom, de indecisão entre o dever e o querer. Uma dor incessante por ter que te observar de longe fazendo coisas que já começavam a entrar em minha rotina.
Hoje, portanto, resta-me apenas lembranças de tempos em que não precisei ser forte diante do telefone. Tempos que não me pegava chorando no meio da noite.
Hoje eu choro. Choro todas as vezes que vêm à cabeça as lembranças, os detalhes, mas, principalmente, a certeza do fim.
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Nada além de um vício.
Letras e palavras que se desembaralham,
trazendo versos que, às vezes sem sentido, traduzem exatamente o que se passa aqui dentro.

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